sábado, 26 de novembro de 2011

Dânia´s Diary - II

Olá meus amores.
Desculpem a minha ausência, demorei duas semanas a escrever esta segunda parte e como agora vou voltar a entrar na epoca de testes ( -.- ) vai ser muito complicado... Logo à noite tentarei pôr a segunda parte da "One Direction FIC´S".
Beijinhos e um bom fim-de-semana. ♥


"No amor, quem se cura primeiro é quem fica mais bem curado"
François La Rochefoucauld


O meu maior problema naquela altura era a minha vontade de lutar, tinha a típica garra de uma adolescente de quinze anos que não aceita a palavra não muito bem. Podia ter o coração partido, mas desistir? Eu já tinha pensado nisso, mas nunca me levei a sério. Existia mais vontade de ser feliz nos meus olhos, do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza sobre os meus ombros, mais energia no meu coração do que medo na minha cabeça.
Raquel e eu saímos de minha casa. Tinha parado de chover, no entanto o céu estava pintado de cinzento, o frio fazia-se sentir. Quando era mais pequena achava piada a calcar as poças de água, agora odiava ver aquele cenário cobrir a cidade. Apetecia-me voltar aquelas tardes passadas na praia, ou melhor eu gostava mesmo de afogar os meus sentimentos no mar. Fazia-me bem esquecer, por momentos, tudo aquilo me atormentava. Agora tinha voltado á rotina da escola, testes, trabalhos. O meu habitual e exaustivo dia-a-dia da qual, sinceramente eu já perdera a força para reclamar.
Encostei-me á parede do meu prédio e olhei para Kel.
- O quê que a Madalena fez?
Ela rebaixou os olhos. Tal como ela, eu sabia perfeitamente que a Madalena queria-me estragar a vida. Não era difícil perceber porquê que se esforçava tanto para conseguir que metade da nossa escola me odiasse, e nunca tinha tido problemas em criar boatos sobre mim. Ciúmes, simplesmente ciúmes. Talvez por nunca ter conseguido ser feliz com nenhum rapaz, como eu fui com o Rui. Mas também, qual era o objectivo dela em atingir-me? Ele já não me amava, eu já não namorava com ele.
- O costume... - Raquel abanou a cabeça. - Um dia destes a brincadeira vai-lhe correr mal, já me começo a fartar.
- Deixa ver... - disse eu fazendo um sorriso irónico, - Andou a dizer que mater o Bin Laden?
- Não. Disse que mais vale desistires do Rui, porque ele não te ama e que não vale a pena.
- O ponto fraco dela é dar as notícias todas em segunda mão. Quando as pessoas não conseguem, vão sempre dizer-nos que é impossível, ainda bem que tenho uma coisa chamada cérebro. E que ainda uso para pensar independentemente da opinião dos outros.
- Eu só gostava de ter um bocadinho dessa tua personalidade. - Raquel tirou uma madeixa de cabelo do rosto e sentou-se num dos bancos no jardim, sem sequer se importar se estavam ou não molhados.
- O que a Madalena diz e o que os outros pensam sobre mim, não define quem eu sou. - Mas no fundo doía saber que tinha perdido o Rui, principalmente por causa de três coisas tão estúpidas: Mentiras, estupidez e distância. As duas primeiras não tinham sido criadas por mim, da terceira eu não tinha culpa. - Se pudesse despedaçar as pessoas que me fizeram chegar a este estado, acho que se tornava mais fácil aceitar a ausência dele.
- O passado não pode ser apagado, alterado ou editado, vais ter que aceita-lo quer queiras que não.
- Eu sei. - O meu cérebro sabe, o meu coração é que não entende. - Um dia, isto vai passar.
- Ouço-te dizer isso há quatro meses... - suspirou ela. - Eu conheço-te, és a minha melhor amiga. Tenho perfeita noção de que tu não queres desistir.
- É péssimo quando não sabemos de devemos lutar ou colocar um ponto final numa história.
- Quais são as possibilidades da vossa "história" dar certo?
- Quais eram as probabilidades de ser eu a escolhida por ele? Porquê que tinha de ser eu? - Interroguei-me várias vezes com esta pergunta ao longo dos meses. Existem seis biliões de pessoas neste planeta, e o mais provável é apaixonar-me sempre pela pessoa errada. Mas ele tinha tantas outras possíveis escolhas, e olhou para mim.
- Dânia... - Raquel susteu a respiração por momentos e continuou. - Toda a gente sabe que a vossa relação, era quase prefeita. Ninguém pensaria que iam acabar
- Quanto mais perfeito é o grau da relação, mais se sofre depois.
- Não digas isso...
Não respondi, já não tinha mais palavras para discutir o assunto. Argumentar não era o meu forte, limitava-me a dizer meias frases "profundas" e a mandar calar o meu sub consciente.
É estranho, quando uma pessoa está do nosso lado só pensamos no futuro com ela. Não pensamos se hoje vai haver algum dilema que possa estragar as coisas, só temos em conta o amanhã.
Com o tempo aprendemos a suportar a dor, e fingimos que não nos afecta. Fazemos de actores enquanto estamos na escola, por exemplo. No momento em que ficamos sozinhos desmonta-se essa personagem e todo o esforço feito durante o dia para demonstrar normalidade desaparece. Fechamo-nos no quarto e choramos no silêncio. Há tantas frases que as pessoas dizem que se encaixam na minha vida, existem imensas músicas que mesmo sem querer eu associo ao teu nome.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dânia´s Diary - I

« Ama-se com amor aqueles que não se podem amar de outro modo"
Natalie Barney



Hoje foi aquele típico dia normal. Levantei-me ás sete da manhã, como habitualmente com o grito estridente da minha mãe.
- Dânia!
Fui para a escola com aquele meu sorriso habitual, abracei os meus amigos, ri-me das coisas mais básico. Chamei todos os nomes e mais alguns á professora de Matemática no meu pensamento e resmunguei por ter tantos trabalhos de casa de Inglês. Estive com a minha família, brinquei com o meu irmão... Passou mais um dia.
Ultimamente é sempre isto que penso, todos os dias quando me vou deitar penso que foi mais um dia em que consegui ser feliz, sem ti. Há meses que não oiço a tua voz, nunca mais te voltei a abraçar. Nunca me perguntas-te se doeu ou não, nunca quiseste saber se fiquei bem. Sentir a dor de não te ter do meu lado é inevitável, mas sofrer é opcional, eu preferi ser feliz, tu não sei.
Agora que estou aqui, sentada na minha cama com os fones colocados sobre os ouvidos a ouvir a música Always dos Bon Jovi, lembro-me do teu toque, do teu sorriso. Dá-me vontade de chorar, mas não o farei. Mesmo que esteja sozinha, tento ser forte. Não posso deixar que os meus sucessos me subam à cabeça, nem que os meus fracassos atinjam o meu coração. Cada dia sem ti é haurível, eras aquela pessoa essencial na minha vida, e mesmo hoje passado quatro meses continuo a sentir isso.
- Dân, está aqui uma amiga tua. - disse a minha mãe abrindo a porta do meu quarto, no entanto não percebi o que ela me disse, tirei os fones e calculei que fosse alguma coisa que me iria fazer ter de levantar da cama.
- Já vou, mãe. - respondi suspirando e fui atrás dela. - Kel!
A minha melhor amiga tinha vindo a minha casa, sem eu lhe pedir. Devia ter sentido que eu precisava do seu apoio. Nos últimos tempos ela tinha sido a única pessoa a quem eu contava mesmo tudo.
- Ainda bem que estás aqui. - disse quando a abracei.
- Anda dar uma volta... Preciso de te contar uma coisa. - A reacção dele foi estranha e fiquei com a ideia de que me queria contar algo negativo. Aquele olhar que eu já conhecia desde os meus cinco anos não me enganava.
Fosse o que fosse, tinha de ser relacionado com o Rui, mas sinceramente nada podia ser suficientemente mau para me magoar naquela altura. Os meus dias começavam sempre pelo fim, já fazia as coisas praticamente em piloto automático. Limitava-me a agir como as pessoas queriam que eu agisse, parei de ser eu mesma para agradar ao rapaz que amava e todos os pequenos pormenores que antes me faziam feliz, agora eram apenas uma simples monotonia. A chama de alegria que se acendia dentro de mim todos os dias no passado, estavam reduzidas a pó e cinzas.